A primeira fase das eleições acabou, e, enquanto algumas cidades vão para o segundo turno, um fato já se destaca: muita gente não foi votar.
Em São Paulo, mais de 2,5 milhões de pessoas deixaram de ir às urnas. Aqui na região do Vale do Itajaí, foram mais de 500 mil eleitores que não compareceram. Se olharmos para os últimos anos, essa taxa de abstenção só tende a aumentar.
Mas o que está causando essa falta de interesse em votar? Será só desilusão com a política?
Um fator importante a considerar é o impacto da tecnologia na participação das pessoas. Hoje em dia, com a tecnologia e o entretenimento dominando nosso dia a dia, muitas pessoas preferem ficar em casa em vez de cumprir com suas obrigações; seja estudar, trabalhar ou sair para votar.
Se olharmos para outros países, como os Estados Unidos, também vemos um padrão parecido. O aumento do uso de plataformas de streaming, games e redes sociais tem sido associado a um desinteresse crescente nas eleições. Muitos jovens preferem passar o tempo online em vez de ir às urnas. Essa preferência por entretenimento digital pode fazer com que assuntos importantes pareçam menos urgentes.
Além disso, as “bolhas digitais” ajudam a explicar a falta de engajamento. As pessoas costumam se cercar de conteúdos que só reforçam suas opiniões, o que pode levar à sensação de que o voto não faz diferença. Outro ponto importante é a falta de incentivo e a comunicação política que muitas vezes não fala a língua do povo. Embora a era digital traga muitas oportunidades para se conectar e se informar, também pode criar barreiras para a participação cívica.
A alta abstenção eleitoral no Brasil em 2024 pode ser um reflexo das mudanças culturais trazidas pela tecnologia. Para reverter essa situação e aumentar a participação cívica, é fundamental ter um diálogo que não apenas informe, mas também inspire e motive as pessoas a se engajarem na democracia. Por Lediel dos Santos
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